“Paulistas foram condenados por sequestro após uma série de erros judiciais. Nova audiência será marcada para outubro”, por Cláudio Dias do Estadão
Os paulistas A.C.O e R.E.J, que cumpriam prisão perpétua nos Estados Unidos, terão uma chance de voltar ao Brasil. Condenados em 6 de março do ano passado pelo sequestro de uma brasileira e seu filho, os dois entraram com uma apelação. A audiência no Tribunal de Recurso do Estado da Califórnia ocorreu no dia 25 de maio, mas a decisão só foi anunciada na semana passada. A sentença foi arquivada por uma série de erros judiciais e nova audiência será marcada para outubro. Os dois brasileiros se declaram inocentes e vítimas de armadilha. Cumprem pena em prisão na cidade de Coalinga, na Califórnia. Na audiência do dia 19, por 2 votos a 1, sem que eles tivessem presentes, os juízes admitiram erros no processo. Entre eles, falta de detalhes do suposto sequestro e perguntas incorretas feita pela juíza da época. Com isso, a prisão perpétua foi anulada. Ex-cônsul geral adjunto do Consulado de Los Angeles e atualmente cônsul em Zurique, Júlio Victor do Espírito Santo acompanhou o caso e explica que a decisão não representa absolvição. "O Tribunal anulou o primeiro julgamento. É um bom indício, mas ainda não é a solução". Procurada, a Assessoria de Imprensa do Itamaraty não respondeu ao questionamento sobre o andamento do caso. A cabeleireira M.A.S, com quem O.J é casado desde 1979, diz estar esperançosa com a anulação do primeiro julgamento. "É uma decisão inédita, porque é raro a Justiça americana voltar atrás", diz. "Sempre soubemos que ele era inocente". A família não aceita a prisão. O araraquarense viajou para encarar cinco anos de trabalho nos Estados Unidos, juntar dinheiro e pagar a faculdade dos dois filhos. Mas tudo deu errado. Com o pai preso, o filho A.C.O, de 30 anos, precisou deixar a faculdade de Biomedicina. Hoje sonha apenas reencontrar o pai. "Revê-lo e apresentá-lo ao meu filho de 6 anos seria o mais importante na minha vida", diz A, que não vê o pai há dez anos. Irmão de E.J, o jornalista L.Etambém afirma estar contente com a notícia e aguarda informações. "Sempre soubemos que eles eram inocentes", diz o jornalista, que não fala com o irmão desde 2005. "Mandamos duas cartas e nunca obtivemos resposta. O que sabemos vem por meio da imprensa e da família do Alaor".
Histórico - Em novembro de 2005, os dois brasileiros passaram a transportar passageiros como um serviço extra. Na terceira viagem, levaram duas mulheres e um garoto de cinco anos, todos de Goiânia. Eles entraram ilegalmente nos Estados Unidos vindos do México. Uma das mulheres e o filho se encontrariam com o marido dela na Flórida. No meio da viagem, um problema com o pagamento terminou em briga. A mulher teria então ligado para o marido dizendo estar "presa". Os brasileiros foram detidos pela polícia em um posto de combustíveis na cidade de Costa Mesa, na Califórnia. A acusação: sequestro e cobrança de US$ 18 mil de resgate. A Justiça americana os condenou como coiotes - homens pagos para fazer a travessia de imigrantes ilegais pela fronteira. Foram cinco anos sem que o Itamaraty tomasse conhecimento do caso. Em 6 de março do ano passado, eles foram condenados a prisão perpétua e entraram com a apelação cuja sentença foi dada na semana passada.
Os paulistas A.C.O e R.E.J, que cumpriam prisão perpétua nos Estados Unidos, terão uma chance de voltar ao Brasil. Condenados em 6 de março do ano passado pelo sequestro de uma brasileira e seu filho, os dois entraram com uma apelação. A audiência no Tribunal de Recurso do Estado da Califórnia ocorreu no dia 25 de maio, mas a decisão só foi anunciada na semana passada. A sentença foi arquivada por uma série de erros judiciais e nova audiência será marcada para outubro. Os dois brasileiros se declaram inocentes e vítimas de armadilha. Cumprem pena em prisão na cidade de Coalinga, na Califórnia. Na audiência do dia 19, por 2 votos a 1, sem que eles tivessem presentes, os juízes admitiram erros no processo. Entre eles, falta de detalhes do suposto sequestro e perguntas incorretas feita pela juíza da época. Com isso, a prisão perpétua foi anulada. Ex-cônsul geral adjunto do Consulado de Los Angeles e atualmente cônsul em Zurique, Júlio Victor do Espírito Santo acompanhou o caso e explica que a decisão não representa absolvição. "O Tribunal anulou o primeiro julgamento. É um bom indício, mas ainda não é a solução". Procurada, a Assessoria de Imprensa do Itamaraty não respondeu ao questionamento sobre o andamento do caso. A cabeleireira M.A.S, com quem O.J é casado desde 1979, diz estar esperançosa com a anulação do primeiro julgamento. "É uma decisão inédita, porque é raro a Justiça americana voltar atrás", diz. "Sempre soubemos que ele era inocente". A família não aceita a prisão. O araraquarense viajou para encarar cinco anos de trabalho nos Estados Unidos, juntar dinheiro e pagar a faculdade dos dois filhos. Mas tudo deu errado. Com o pai preso, o filho A.C.O, de 30 anos, precisou deixar a faculdade de Biomedicina. Hoje sonha apenas reencontrar o pai. "Revê-lo e apresentá-lo ao meu filho de 6 anos seria o mais importante na minha vida", diz A, que não vê o pai há dez anos. Irmão de E.J, o jornalista L.Etambém afirma estar contente com a notícia e aguarda informações. "Sempre soubemos que eles eram inocentes", diz o jornalista, que não fala com o irmão desde 2005. "Mandamos duas cartas e nunca obtivemos resposta. O que sabemos vem por meio da imprensa e da família do Alaor".
Histórico - Em novembro de 2005, os dois brasileiros passaram a transportar passageiros como um serviço extra. Na terceira viagem, levaram duas mulheres e um garoto de cinco anos, todos de Goiânia. Eles entraram ilegalmente nos Estados Unidos vindos do México. Uma das mulheres e o filho se encontrariam com o marido dela na Flórida. No meio da viagem, um problema com o pagamento terminou em briga. A mulher teria então ligado para o marido dizendo estar "presa". Os brasileiros foram detidos pela polícia em um posto de combustíveis na cidade de Costa Mesa, na Califórnia. A acusação: sequestro e cobrança de US$ 18 mil de resgate. A Justiça americana os condenou como coiotes - homens pagos para fazer a travessia de imigrantes ilegais pela fronteira. Foram cinco anos sem que o Itamaraty tomasse conhecimento do caso. Em 6 de março do ano passado, eles foram condenados a prisão perpétua e entraram com a apelação cuja sentença foi dada na semana passada.
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