quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Shujaa Graham


Esse é Shujaa Graham. Passou oito anos na prisão e cinco no corredor da morte na Califórnia por um crime que não havia cometido. Com lágrimas nos olhos discursou num evento em Madrid na semana mundial de abolição à pena de morte. Ao final de sua fala levantou-se para, como fazem os boxeadores na tomada de peso, erguer as mãos, cerrar os punhos e dizer: ''I'm a soldier'' (sou um soldado'). Tive a oportunidade de conversar com ele por poucos minutos no encerramento do evento. Perguntou-me por que havia ficado em pé para aplaudi-lo se os outros não o fizeram? Respondi que o desejo era ir até a mesa onde ele falava para apertar a mão de um soldado, pois nunca o tinha feito. Ele sorriu. Perguntei se poderia divulgar a sua história e ele emendou: aquele que crê na liberdade, não pode descansar. Sinceramente, ontem foi uma das noites mais incríveis da minha vida como estudante de direito, mas, principalmente, como pessoa. A mensagem que este homem passou é tão forte que nessa vida eu não posso reclamar de nada. Para descontrair, perguntei o que ele fazia quando não estava trabalhando para cumprir com a sua missão de combater a pena de morte. Respondeu que era fã dos Los Angeles Lakers e que tinha ganho uma TV para assistir aos jogos. E falou com largo sorriso: pena que esse evento não é em Barcelona para poder assistir ao jogo entre o time catalão e o norteamericano.

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