Experiências bem sucedidas de proteção às crianças sul-africanas durante a Copa do Mundo de 2010 foram apresentadas na sede do Ministério Público do Estado da Bahia na tarde de ontem, dia 18, durante o seminário ‘18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes’. Segundo a subdiretora da Jo’Burg Child Welfare, uma das maiores e mais antigas organizações não governamentais da África do Sul, Carol Bews, o país voltou sua atenção à problemática do tráfico de pessoas, sobretudo de crianças, pois a exploração sexual delas é um dos maiores propósitos da ação criminosa. No país de 15 milhões de habitantes, uma a cada três crianças já sofreu alguma forma de abuso sexual, relatou ela.
País de população jovem, devastado pelo vírus HIV, a África do Sul, que tem mais de 4 milhões de órfãos da AIDS, resguardou as suas crianças por meio de ações conjuntas de combate à violência sexual, desenvolvidas pelo Governo e entidades não governamentais. Uma das mais importantes e efetivas delas, informou Carol Bews, foi a colocação de pulseiras nas crianças que frequentavam locais de grande circulação. Nesses braceletes, explicou ela, constavam o nome da criança e do seu responsável e um número de telefone para contato. Também foram estabelecidas restrições de visitas ao país, criada uma coordenação em Joanesburgo para congregar ações de diversas áreas, realizado treinamento com operadores de vários serviços e desenvolvido um projeto de supervisão e fornecimento de alimentação para as crianças que estavam em período de férias escolares e não podiam ter na fome um motivo para se tornarem alvos fáceis. Através do Fundo Infantil Nelson Mandela, foi implementado um programa de envolvimento das crianças em atividades lúdicas, complementou Bews, dizendo que assim meninos e meninas eram retirados da situação de vulnerabilidade das ruas. Programas de rádio esclareceram e divulgaram as ações, e espaços para atividades infantis abrigaram os filhos de muitos sul-africanos que iam para as ruas trabalhar.
De acordo com a subdiretora da Jo’Burg Child Welfare, as ações foram pensadas e desenvolvidas na África do Sul tardiamente. Tudo só foi construído há um ano do evento mundial, disse ela, demonstrando contentamento em perceber que o Brasil já está preparando-se. Em outubro de 2010, informou Carol, houve uma reunião em Brasília para abordar a Copa de 2014, que tem o tempo a seu favor. “A tarefa é grande e requer o estabelecimento de parcerias e a criação de uma rede de comunicação”, concluiu a palestrante, ressaltando que é preciso pensar o que torna as crianças vulneráveis para adaptar os serviços, atividades e programas a vulnerabilidades específicas. Também na tarde de hoje, o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado da Bahia, Carlos Brasileiro, participou do seminário, afirmando que, para a Secretaria, cuidar de crianças e adolescentes é prioritário.
Fonte: Ministério Público da Bahia
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